terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida



Cresce o número de cristãos nominais em nosso país. Mas o que é nominalismo cristão? São pessoas interessadas pelo evangelho, mas sem verdadeira conversão. São pessoas que não tem nada de Cristo exceto o título, entretanto querem ser reconhecidas como cristãs. O Apóstolo Paulo nega que alguém possa receber o correto conhecimento de Cristo, a não ser aquele que aprendeu a despojar-se “do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano”, sendo então revestido do novo homem (Ef 4:20-24).

Como disse João Calvino, o evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida. Não se pode assimilar somente por meio da razão e da memória, mas deve envolver e dominar a alma e penetrar o mais íntimo recesso do coração.

Estamos vivendo a era do hedonismo, onde o que me interessa é o que “me faz sentir bem”. O que a teologia da prosperidade tinha como meta, hoje tem sido substituída pela teologia do coaching na igreja. As pessoas vão a igreja para conquistar aquilo que elas mais desejam. Mas, a essência do verdadeiro evangelho é que devemos buscar não o que nos agrada, mas o que agrada e glorifica a Deus.

“Mostrem um homem que exerce benignidade gratuitamente, se não renunciou a si mesmo” (João Calvino).

Há um mundo de vícios ocultos na alma do homem. E o remédio para estes vícios não está em mensagens motivacionais, mas na renúncia, na negação de nós mesmos, deixando de buscar aquilo que nos agrada, mas impulsionados a buscar as coisas que Deus exige de nós, e a busca-las unicamente porque lhe são agradáveis. O maior exemplo está na pessoa de Jesus. O que mais importava para Jesus é que fosse feita a vontade do Pai. Mas, hoje, dominados pelo desejo de superioridade, se alguma pessoa manifesta dons maiores que o outro na igreja, procuramos obscurecê-lo ou então o desprezamos o mais que podemos. Mas se nesta mesma pessoa manifestam vícios e defeitos, não contentamos fazer-lhe severa observação, aumentando o nosso ódio.

Há muitos que mantêm certa aparência de mansidão e de modéstia, enquanto não são contrariados por coisa alguma. Mas, poucos são os que continuam a mostrar brandura e modéstia quando provocados e irritados.

Que não fiquemos observando e anotando as faltas do próximo, mas que a cubramos (Pv 10:12), visto que temos uma dívida com o próximo, que é o amor (Rm 13:8).

Temos uma doença chamada orgulho, que persiste até mesmo nos santos, ou seja, nos cristãos convertidos. É preciso despir-se de toda autoconfiança e aprender a humildade. “As raízes deste mal são tão profundas no coração humano que ainda o mais perfeito dentre nós jamais se livra inteiramente delas, até que Deus o conforte com a morte” (João Calvino; 2 Co 1:9).

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