quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O que está acontecendo em seu coração?


Ao invés de focar em pessoas, vamos focar no que está acontecendo em nosso coração. A origem dos conflitos e problemas que enfrentamos provém do coração, o coração é a fonte de todos os nossos pensamentos, palavras e ações (Mt 15:19; Tg 4:1-3; Pv 4:23).

Os conflitos nascem dos desejos não satisfeitos em nossos corações. Quando sentimos que não podemos ser satisfeitos, ao menos que consigamos o que queremos ou o que achamos que precisamos, o desejo se torna uma exigência. O pensamento “eu desejo muito ter isto” evolui para “eu tenho que ter isto”. Embora o desejo inicial não seja essencialmente errado, ele se tornou tão forte que começou a controlar seus pensamentos e comportamentos. Em termos bíblicos, ele se tornou um “ídolo”.

Um ídolo é qualquer coisa além de Deus da qual dependemos para sermos felizes, realizados e seguros. É algo que colocamos em nosso coração (Lc 12:29), que nos motiva (1 Co 4:5), nos domina ou controla (Sl 119:133; Ef 5:5), ou algo em que confiamos, tememos ou servimos (Is 42:17; Mt 6:24; Lc 12:4-5).

Cristãos sinceros também lutam contra a idolatria. Martinho Lutero disse: “Pode se entender por ‘deus’ qualquer coisa a qual olhamos a fim de obter qualquer benefício e para encontrar refúgio. Qualquer coisa à qual você entrega seu coração e confia o seu ser, isto, eu digo, realmente é o seu deus”.

Ídolos podem surgir de bons desejos quanto dos desejos pecaminosos. O problema não é o que queremos, mas em querer aquilo demais. Bons desejos que se transformaram em exigências e que precisam ser atendidas resultarão em amargura, ressentimento ou autocomiseração quando não forem satisfeitos ou realizados.

Perguntas “raio-x” que revelam a verdadeira condição do seu coração:

 1.      Com o que estou preocupado? Qual é a primeira coisa que vem à mente de manhã e a última coisa em que penso a noite?
2.      Como completaria esta frase: “Se ao menos_______________ então eu ficaria feliz, realizado, e seguro?
3.      O que eu quero preservar ou evitar?
4.      Em que coloco a minha confiança?
5.      O que eu temo?
6.      Eu me sinto frustrado, ansioso, ressentido, amargurado, irado, ou deprimido quando certo desejo não é satisfeito?
7.      Existe algo que desejo tanto que seria capaz de decepcionar ou magoar outras pessoas a fim de obtê-lo?
8.      Você enxerga um desejo como algo que necessita ou merece para ser feliz ou realizado?

A progressão de um ídolo:

Eu desejo – Eu exijo – Eu julgo – Eu castigo

Quanto mais queremos algo, mais pensamos naquilo como algo que necessitamos ou merecemos. E, quanto mais pensamos que temos direito àquilo, mais nos convencemos de que não podemos ser felizes ou seguros sem tê-lo. Quando vemos o objeto do nosso desejo como sendo essencial para nos sentirmos realizados ou para o nosso bem-estar, o desejo deixa de ser desejo e se torna uma exigência. Esperamos que as pessoas sejam leais aos nossos ídolos e quando elas se recusam em nos dar aquilo que esperamos, nós as condenamos em nossos corações, e logo em seguida iremos puni-las de alguma forma.

Ídolos sempre exigem sacrifícios. Quando os outros não cumprem nossas exigências e expectativas, nossos ídolos demandam que elas sofram, e sempre encontramos maneiras de magoar ou castigar as pessoas para que cedam aos nossos desejos. Se eu for uma pessoa evasiva vou tentar causar dor na outra pessoa sendo indiferente demonstrando desprezo pelo seu amor, mas se eu for uma pessoa combativa eu irei reagir com ira explícita, dirigindo palavras ofensivas para causar dor àqueles que não atendem às minhas expectativas.

Substitua adoração a ídolos pela adoração ao verdadeiro Deus.

A cura para um coração idólatra está na adoração a Deus. Quando adoramos a Deus deixamos de temer homens ou confiar em algo além de Deus para nos fazer felizes, realizados ou seguros. É preciso amar, temer e confiar em Deus, e ele nos dá três instrumentos poderosos para nos libertar de nossos ídolos: a Bíblia, o Espírito Santo e a igreja.

A Bíblia revela os desejos idólatras de nosso coração, é um espelho que mostra quem nós somos e também nos oferece a cura para nossa enfermidade (Hb 4:12; Tg 1:23,24)

O Espírito Santo nos auxilia na libertação dos ídolos, entender a Bíblia e a identificar nosso pecado e a seguir uma vida santa. (1 Co 2:10; Fp 2:13).

A igreja é muito importante neste processo. Não fomos criados para viver isolados, mas em comunhão, e isto é um excelente remédio para o temor de homem (Rm 1:11-12; Sl 133:1; Ef 3:10; 4:13). Precisamos encontrar cristãos espiritualmente maduros para prestação de contas.

Arrependa-se diante de Deus. Tema a Deus. Ame a Deus. Confie em Deus. Deleite-se em Deus. Conforme você aprende a se deleitar mais e mais nele, sentirá menos necessidade de achar felicidade, satisfação e segurança nas coisas deste mundo.


REFERENCIAL TEÓRICO

SANDE, Ken; RAABE, Tom. Os Conflitos no Lar e as Escolhas do Pacificador: Um guia para lidar com as crises na família. São Paulo, Nutra, 2011, p.31-52.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Precisamos amar mais as pessoas e precisar menos delas: O “ser bonzinho” e sempre dizer “sim” não são necessariamente o mesmo que amor


Uma pessoa que trabalha demais justifica que a sua congregação, que o seu trabalho e a sua família precisam dele, mas não será o contrário? Talvez ele queira acreditar que eles precisem mesmo dele. Muitas pessoas estão se sacrificando para servirem mais a si mesmos do que à sua família, igreja e trabalho. Não conseguem ver o egoísmo oculto em suas ações. Por consequência ficam doentes e afetam a saúde de todos a sua volta.

O “ser bonzinho” e sempre dizer “sim” não são necessariamente o mesmo que amor. Muitas pessoas confundem “ser bonzinho” e dizer “sim” com o amor. Estas pessoas estão sempre preocupadas em agradar os outros, têm medo de contrariá-las, e ficam propensas a serem manipuladas por elas, e isso as levará a destruição.

“Precisamos amar mais as pessoas e precisar menos delas” (WELCH, 2008, p.225). A palavra “precisar” aqui significa anseio. A palavra “anseio” significa “querer desesperadamente”. Uma dependência por anseios psicológicos (valorização, aceitação, respeito, admiração, amor, sentimento de pertencer, propósito e etc). Alguns desejos podem ser legítimos, mas quando se tornam uma exigência, automaticamente se tornam um ídolo no coração da pessoa.

O autor e psicólogo cristão Larry Crabb muito conhecido do meio cristão na área de aconselhamento, em seu livro “Compreendendo as pessoas” diz que “Deus anseia pela restauração do relacionamento com seu povo” e que “Cada um de nós deseja fervorosamente que alguém nos veja de forma exata como somos, com todos os nossos defeitos, e ainda nos aceite” (CRABB, 1998, p. 106-127).

Mas o que há de errado nesse pensamento? Deus não precisava nos amar, pois Ele é completo, quando dizemos que Deus anseia por relacionar-se conosco, sugere que Ele é incompleto sem isso, como uma deficiência a ser suprida por nós. Deus nos ama por causa do seu próprio prazer, por amor a sua glória. Larry Crabb, assim como muitos conselheiros, seguem uma teoria baseada na necessidade. Para eles o mais importante é vasculhar os “recônditos da alma” o “inconsciente” para se descobrir a causa do problema. O problema da pessoa se torna mais importante do que o pecado. Deixe-me dar um exemplo: se o pastor ou o conselheiro tratar a fofoca de uma pessoa como pecado, o fofoqueiro pode dizer que o conselho é superficial, pois ele não entendeu o xis da questão. A pessoa quer que o pastor ou o conselheiro entenda que o seu problema é que ela precisa de relacionamento, e sua solidão é o motivo de sua tagarelice, porém descobrir a causa do problema não muda a atitude de ninguém. Afirmar que o problema da solidão, ou baixa autoestima seja a raiz real do problema é minimizar a natureza do pecado contra Deus e incentivar a transferência de culpa.

“Se pensarmos que o pecado é de alguma maneira superficial, então, não compreenderemos a verdadeira natureza do pecado” (WELCH, 2008, p.151)

Para glorificar a Deus nós precisamos de pessoas (Unidade da igreja, como corpo de Cristo). Precisamos ser ensinados e pastoreados, e precisamos ensinar e pastorear. Precisamos diariamente do conselho de nossos irmãos e irmãs, e eles precisam do nosso conselho. Precisamos de pessoas que nos façam perguntas difíceis, embora algumas vezes iremos desejar que elas nos deixem sozinhos (Rm 1:11-12; Sl 133:1; Ef 3:10; 4:13). Não fomos criados para viver isolados, mas em comunhão, e isto é um excelente remédio para o termor de homem.

REFERENCIAL TEÓRICO

WELCH, Edward T.; Quando as Pessoas são grandes e Deus é pequeno: Vencendo a pressão do grupo, a codependência e o Temor do Homem. São Paulo: Batista Regular do Brasil, 2008.

CRABB, Larry. Como compreender as pessoas: Fundamentos Bíblicos e Psicológicos para desenvolver relacionamentos saudáveis. São Paulo: Vida, 1998.

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