terça-feira, 4 de agosto de 2015

Homo Sapiens ou Homo Religiosus?


“Nenhum Deus, nenhum Senhor!” Este foi o lema principal da Revolução Francesa de 1789, uma das raízes do Modernismo. Vivemos em um tempo de pós-modernidade, onde cada cultura produz suas próprias verdades e seus próprios princípios e valores, a isto chamamos de Relativismo Cultural. Aqueles que vivem segundo os padrões morais absolutos da Bíblia são tachados de “fundamentalistas”, pois na visão do homem moderno e pós-moderno todo conhecimento é uma construção, os termos masculino e feminino são considerados construções culturais e sociais, não existem valores morais absolutos, conceitos de certo ou errado, a transmissão de conhecimento e o seu direcionamento é o mesmo que coação moral e intelectual, o individualismo deve ser respeitado. Estão “construindo” uma falsa verdade na mente das pessoas sobre a criação de Deus.
O homem foi criado por Deus em uma multiformidade sem fim, ou seja, não há uniformidade. Foram estabelecidas diferenças entre homem e mulher, dons e talentos. O Modernismo procurou eliminar todas estas diferenças colocando mulher-homem e homem-mulher, colocando toda a distinção em um nível comum, colocando a vida sob a maldição da uniformidade.
O homem foi criado para manter relação pessoal com o seu criador, por isso antes de ser definido como Homo Sapiens ele é Homo Religiosus. O próprio Deus fez o homem religioso por meio do senso da Divindade (Calvino). O coração do homem é fundamentalmente religioso, sua essência é ser para Deus. “Do coração procede as fontes da vida” (Pv 4:23). Sabemos que o pecado trouxe separação entre Deus e o homem, e todos são concebidos em pecado (Sl 51:5), e por isso tendem a ser rebeldes em relação a Deus e a sua Palavra, e tentam ver o mundo totalmente sem um Senhor para não o glorificar (Rm 1:21). É no coração do homem que o Espírito opera a regeneração e a santificação (2 Co 3:3), e é neste coração que se define a quem ele servirá, a Deus ou a um ídolo (2 Cr 16:7-9; Ez 14:1-7).
“Os homens sábios de nossa geração sustentam que a religião deve retirar-se do recinto do intelecto humano” (Calvinismo - Abraham Kuyper). Estamos perdendo nossos filhos, jovens crentes criados em lares cristãos, pois quando chegam na faculdade acabam perdendo sua fé. Lá eles encontram professores que fazem essa dicotomia entre mente e coração. Como se o coração fosse somente para a religião aos domingos na igreja e a mente ou o cérebro para o resto da semana, ou seja, para o uso da ciência. Não existe essa divisão entre sagrado e secular. “O cristianismo não é mera verdade religiosa, mas a verdade total” (Francis Shaeffer). “Temos de rejeitar a divisão de vida em uma esfera sagrada, limitado a coisa como adoração e moralidade pessoal, em oposição a uma esfera secular que inclui ciência, política, economia e o restante do cenário público” (Verdade Absoluta - Nancy Pearcey). Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão, do período moderno, limitou a esfera da religião à vida ética. A igreja Católica Romana também contribuiu muito para essa dicotomia entre sagrado e secular. É interessante observarmos como o calvinismo vindica para a religião seu caráter universal pleno, pois se tudo que existe é por causa de Deus, então segue-se que a criação toda deve dar glória a Ele (Breve Catecismo de Westminster, 1).
O Cristão não deve pensar que Cristo está contra a cultura se isolando do mundo dentro da própria igreja, mosteiros ou seja lá o que for que venha rejeitar qualquer apreciação da cultura até mesmo deixando de ouvir músicas “seculares”. Nós somos seguidores ou transformadores de cultura? Cristo é o transformador da cultura, pois ele é o nosso resgatador e a Bíblia nos dá uma visão privilegiada, do ponto de vista de Deus, das realidades físicas e metafísicas. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lc 10:27). 
Nossa mente, nosso intelecto não deve ser visto como inapta para a religião, pois a religião existe por causa de Deus e não por causa do homem. Todas as esferas de conhecimento como o uso da ciência, saúde, geografia, história, estudos sociais e sociologia, cultura e arte, economia, governo e tecnologia, para o cristão, devem ser dominadas para a Glória de Deus (Gn 1:28).

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